
Uso de Drones na Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos: Uma Alternativa Sustentável
Os drones têm ganho popularidade nos últimos anos, utilizados em diversas aplicações, incluindo a agricultura. No setor agrícola, os drones podem ser utilizados para uma variedade de tarefas, como a pulverização de produtos fitofarmacêuticos e a monitorização de culturas, por exemplo.
O projeto GO PhytoDron, financiado pela União Europeia, está a estudar o uso de drones na aplicação de produtos fitofarmacêuticos. O objetivo do projeto é demonstrar a necessidade de adaptar o quadro regulatório para uma possível equiparação dos drones às aplicações terrestres, beneficiando o setor produtivo e facilitando a comercialização de uma tecnologia segura e útil no âmbito agrícola e florestal.
Projeto GO PhytoDron: Objetivos
O projeto GO PhytoDron tem como objetivo principal impulsionar o uso de drones como ferramenta segura para realizar a aplicação de produtos fitofarmacêuticos. Nesse sentido, o projeto GO PhytoDron tem planeado um conjunto de tarefas a realizar:
- Estudos multidisciplinares: o grupo está a avaliar diversos aspetos da aplicação de produtos fitofarmacêuticos com drones, incluindo a segurança do operador e da operação, a qualidade da aplicação, a eficácia, os resíduos, a exposição das pessoas, etc.
- Demonstrações de campo: o grupo está a realizar demonstrações de campo para mostrar o potencial da tecnologia.
- Ações de sensibilização: o grupo está a trabalhar para sensibilizar os decisores políticos e a sociedade civil sobre os benefícios da utilização de drones para a aplicação de produtos fitofarmacêuticos.


Projeto GO PhytoDron: Impulsionar a Agricultura Sustentável
O projeto GO PhytoDron está a contribuir para o desenvolvimento de uma tecnologia que tem o potencial de tornar a agricultura mais sustentável. Os resultados do projeto terão impacto tanto no setor produtivo quanto na área normativa e serão úteis para a avaliação do risco dos produtos fitofarmacêuticos. A presença de entidades agrupadoras do setor produtivo garante a rápida transferência de resultados em culturas de referência, como o olival, a vinha e o setor florestal, permitindo a projeção dos resultados a nível europeu.
Dia de Campo: GO PhytoDron



No dia 25 de novembro de 2022, o Grupo Operativo GO PhytoDron realizou uma demonstração de voo de drone para aplicação em campo de tangerinas em Benacazón (Sevilha), com o objetivo de impulsionar o uso de drones na aplicação de produtos fitofarmacêuticos e estabelecer cenários de uso para promover a sua possível equiparação com as aplicações terrestres convencionais.
A jornada contou com mais de 100 participantes e abordou temas como a qualidade de aplicação, a segurança do aplicador e das pessoas próximas, a deriva e os possíveis resíduos, e a eficácia de aplicação. O principal desafio para o desenvolvimento deste tipo de tecnologia, para a aplicação de produtos fitofarmacêuticos é a legislação europeia, que considera as aplicações com drones como aplicações aéreas e, por esse motivo, estão proibidas no âmbito da Diretiva do Uso Sustentável (Diretiva 2009/128/CE).
O GO PhytoDron tem desenvolvido o seu trabalho para oferecer estudos e ferramentas que permitam suportar uma nova legislação em que as aplicações com drones sejam consideradas métodos de tratamento fitossanitário terrestre, o que impulsionará o desenvolvimento de formulações específicas e tecnologias adaptadas a esta realidade.
Após a demonstração de campo, foi possível conhecer o estudo desenvolvido pela Universidade de Sevilha sobre tratamentos de produtos fitofarmacêuticos com drones em olivais de alta densidade.

Resultados: GO PhytoDron
De acordo com os estudos realizados, a aplicação com drone gerou menos deriva depositada no solo e menos deriva aérea, embora a deposição na cultura tenha sido menor do que no tratamento por pulverizador de jato transportado.
Por essa razão, precisamos de ter um quadro legislativo que permita a sua utilização a fim de desenvolver equipamentos e tecnologias específicas.
Os resultados obtidos já permite verificar que o uso de drones é uma alternativa ao uso terrestre na aplicação de produtos fitofarmacêuticos, já que reduz a deriva e permite a realização de tratamentos mais focados. Porém, é espectável que este tipo de aplicações seja de maior utilidade em determinadas pragas e doenças em que o contacto direto com a matéria ativa não é fundamental.
O grupo operativo é composto pela Corteva, AEPLA, Universidade de Sevilha, Baskegur, IRTA e Colegio Oficial de Ingenieros Agrónomos de Centro y Canarias. Outras entidades também fazem parte do projeto como a Neiker, Universidade Politécnica de Madrid, INIA, Grupo DCoop, Plataforma Tecnológica del Vino, Syngenta, BASF e Instituto Nacional de Salud y Seguridad en el Trabajo.
Para saber mais sobre o projeto pode consultar a página gophytodron.es.
Fonte: eComercio Agrario, 14 de fevereiro de 2023.

