CitrusVol: Ferramenta para Tratamentos com Produtos Fitofarmacêuticos em Citrinos

CitrusVol: Ferramenta para Tratamentos com Produtos Fitofarmacêuticos em Citrinos

A aplicação de produtos fitofarmacêuticos é uma prática essencial para a proteção das culturas agrícolas contra pragas e doenças. No entanto, é importante que esta aplicação seja realizada de forma racional, de modo a garantir a eficácia do tratamento e a minimização dos riscos ambientais.

A plataforma CitrusVol.com, desenvolvida pelo Instituto Valenciano de Investigaciones Agrarias (IVIA), é uma ferramenta que pretende ajudar os produtores de citrinos a realizar os tratamentos com produtos fitofarmacêuticos de forma racional e adaptada às suas necessidades específicas.

A plataforma está dividida em três setores

Determinação do volume de calda adequado

Este setor permite ao produtor de citrinos indicar as caraterísticas da sua exploração e da sua cultura e, a partir daí, obter o volume de calda adequado para a sua cultura. A ferramenta considera as caraterísticas da cultura, como a geometria da copa, a densidade foliar, além das pragas e a eficiência do produto fitofarmacêutico e da aplicação.

Este setor permite calibrar o pulverizador e obter indicações importantes para a tipologia de bicos a utilizar, por forma a alcançar a melhor eficácia do produto fitofarmacêutico. O cálculo inclui os diferentes tipos de pulverizador utilizados com maior frequência em citrinos. Além disso, a ferramenta também possibilita o cálculo do volume de calda teórico, ou seja, determina o volume de calda que pode ser obtido com uma determinada configuração de bicos de pulverização.

Conceitos básicos sobre a aplicação de produtos fitofarmacêuticos

Este setor oferece uma compilação de conceitos básicos sobre a aplicação de produtos fitofarmacêuticos em citrinos, incluindo recomendações sobre a manutenção e calibração dos equipamentos de aplicação, bem como uma série de links para outros sites com informações relevantes sobre a aplicação de produtos fitofarmacêuticos, de forma racional, em citrinos.

Plataforma CitrusVol

A plataforma CitrusVol.com é uma ferramenta útil para os produtores de citrinos que procuram realizar os tratamentos com produtos fitofarmacêuticos de forma racional e eficaz. A plataforma é baseada em dados científicos e fornece informações atualizadas sobre as melhores práticas de aplicação de produtos fitofarmacêuticos em citrinos.

Em baixo pode visualizar alguns vídeos desenvolvidos pelo IVIA no âmbito da ferramenta CitrusVol, além de poder, descarregar a aplicação móvel para os dispositivos android aqui.

Apesar da ferramenta disponibilizar no separador Agrovademecum, a lista de substâncias ativas registadas no Ministério de Agricultura de Espanha, em Portugal deverá consultar a plataforma sifito.dgav.pt, desenvolvida pela DGAV onde pode encontrar a lista completa de todas as autorizações de venda (de produtos fitofarmacêuticos) em vigor ou cancelados em Portugal, assim como as condições de utilização destas.

CitrusVol Google Play

CitrusVol Website

Uso de Drones na Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos: Uma Alternativa Sustentável

Uso de Drones na Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos: Uma Alternativa Sustentável

Os drones têm ganho popularidade nos últimos anos, utilizados em diversas aplicações, incluindo a agricultura. No setor agrícola, os drones podem ser utilizados para uma variedade de tarefas, como a pulverização de produtos fitofarmacêuticos e a monitorização de culturas, por exemplo.

O projeto GO PhytoDron, financiado pela União Europeia, está a estudar o uso de drones na aplicação de produtos fitofarmacêuticos. O objetivo do projeto é demonstrar a necessidade de adaptar o quadro regulatório para uma possível equiparação dos drones às aplicações terrestres, beneficiando o setor produtivo e facilitando a comercialização de uma tecnologia segura e útil no âmbito agrícola e florestal.

Projeto GO PhytoDron: Objetivos

O projeto GO PhytoDron tem como objetivo principal impulsionar o uso de drones como ferramenta segura para realizar a aplicação de produtos fitofarmacêuticos. Nesse sentido, o projeto GO PhytoDron tem planeado um conjunto de tarefas a realizar:

  • Estudos multidisciplinares: o grupo está a avaliar diversos aspetos da aplicação de produtos fitofarmacêuticos com drones, incluindo a segurança do operador e da operação, a qualidade da aplicação, a eficácia, os resíduos, a exposição das pessoas, etc.
  • Demonstrações de campo: o grupo está a realizar demonstrações de campo para mostrar o potencial da tecnologia.
  • Ações de sensibilização: o grupo está a trabalhar para sensibilizar os decisores políticos e a sociedade civil sobre os benefícios da utilização de drones para a aplicação de produtos fitofarmacêuticos.

Projeto GO PhytoDron: Impulsionar a Agricultura Sustentável

O projeto GO PhytoDron está a contribuir para o desenvolvimento de uma tecnologia que tem o potencial de tornar a agricultura mais sustentável. Os resultados do projeto terão impacto tanto no setor produtivo quanto na área normativa e serão úteis para a avaliação do risco dos produtos fitofarmacêuticos. A presença de entidades agrupadoras do setor produtivo garante a rápida transferência de resultados em culturas de referência, como o olival, a vinha e o setor florestal, permitindo a projeção dos resultados a nível europeu.

Dia de Campo: GO PhytoDron

No dia 25 de novembro de 2022, o Grupo Operativo GO PhytoDron realizou uma demonstração de voo de drone para aplicação em campo de tangerinas em Benacazón (Sevilha), com o objetivo de impulsionar o uso de drones na aplicação de produtos fitofarmacêuticos e estabelecer cenários de uso para promover a sua possível equiparação com as aplicações terrestres convencionais.

A jornada contou com mais de 100 participantes e abordou temas como a qualidade de aplicação, a segurança do aplicador e das pessoas próximas, a deriva e os possíveis resíduos, e a eficácia de aplicação. O principal desafio para o desenvolvimento deste tipo de tecnologia, para a aplicação de produtos fitofarmacêuticos é a legislação europeia, que considera as aplicações com drones como aplicações aéreas e, por esse motivo, estão proibidas no âmbito da Diretiva do Uso Sustentável (Diretiva 2009/128/CE).

O GO PhytoDron tem desenvolvido o seu trabalho para oferecer estudos e ferramentas que permitam suportar uma nova legislação em que as aplicações com drones sejam consideradas métodos de tratamento fitossanitário terrestre, o que impulsionará o desenvolvimento de formulações específicas e tecnologias adaptadas a esta realidade.

Após a demonstração de campo, foi possível conhecer o estudo desenvolvido pela Universidade de Sevilha sobre tratamentos de produtos fitofarmacêuticos com drones em olivais de alta densidade.

Resultados: GO PhytoDron

De acordo com os estudos realizados, a aplicação com drone gerou menos deriva depositada no solo e menos deriva aérea, embora a deposição na cultura tenha sido menor do que no tratamento por pulverizador de jato transportado.

Por essa razão, precisamos de ter um quadro legislativo que permita a sua utilização a fim de desenvolver equipamentos e tecnologias específicas.

Manuel Pérez

Universidade de Sevilha

Os resultados obtidos já permite verificar que o uso de drones é uma alternativa ao uso terrestre na aplicação de produtos fitofarmacêuticos, já que reduz a deriva e permite a realização de tratamentos mais focados. Porém, é espectável que este tipo de aplicações seja de maior utilidade em determinadas pragas e doenças em que o contacto direto com a matéria ativa não é fundamental.

O grupo operativo é composto pela Corteva, AEPLA, Universidade de Sevilha, Baskegur, IRTA e Colegio Oficial de Ingenieros Agrónomos de Centro y Canarias. Outras entidades também fazem parte do projeto como a Neiker, Universidade Politécnica de Madrid, INIA, Grupo DCoop, Plataforma Tecnológica del Vino, Syngenta, BASF e Instituto Nacional de Salud y Seguridad en el Trabajo.

Para saber mais sobre o projeto pode consultar a página gophytodron.es.

Fonte: eComercio Agrario, 14 de fevereiro de 2023.

 

O Projeto TOPPS-Life: Estratégias Inovadoras para a Redução da Poluição da Água na Agricultura

O Projeto TOPPS-Life: Estratégias Inovadoras para a Redução da Poluição da Água na Agricultura

A sustentabilidade na agricultura é um tema cada vez mais relevante, impulsionada pela necessidade de práticas agrícolas que minimizem impactos ambientais. No centro desta discussão está o Projeto TOPPS-Life, uma iniciativa que tem contribuído significativamente para uma redução da poluição da água por produtos fitofarmacêuticos. Iniciado pela ECPA (CropLife Europe) em 2005, o projeto focou-se nas boas práticas agrícolas para evitar a contaminação da água, um recurso vital para a agricultura e para a vida em geral. Este artigo explora como o projeto TOPPS-Life tem transformado as práticas agrícolas, promovendo uma agricultura mais sustentável e responsável.

O Projeto TOPPS-Life: Visão Geral

Origens e Objetivos

O Projeto TOPPS-Life foi lançado pela ECPA em 2005 com o objetivo de promover as boas práticas agrícolas para reduzir a poluição da água por produtos fitofarmacêuticos. Desde 2009, os objetivos do projeto foram ampliados para abordar todas as vias de entrada relevantes, incluindo escoamento do campo, drenagem e deriva de pulverização. A missão principal do TOPPS-Life é disseminar conhecimento e fornecer ferramentas práticas aos agricultores para poderem implementar técnicas mais seguras e eficientes na aplicação de produtos fitofarmacêuticos.

Abordagens e Métodos

O projeto utiliza uma abordagem multifacetada que inclui formação, disseminação de materiais educativos, avaliação de equipamentos de pulverização e desenvolvimento de estratégias para mitigação de riscos. Estes métodos são essenciais para capacitar os agricultores e técnicos agrícolas com o conhecimento necessário para reduzir a poluição da água e melhorar a sustentabilidade das suas práticas.

Boas Práticas Agrícolas: Pilar do TOPPS-Life

Redução da Poluição de Fontes Pontuais

Uma das principais áreas de foco do TOPPS-Life é a redução da poluição de fontes pontuais, como a contaminação causada durante a utilização e armazenamento de produtos fitofarmacêuticos. O projeto desenvolveu e distribuiu materiais educativos, como folhetos e vídeos, que orientam os agricultores sobre técnicas seguras de utilização e prevenção de derramamentos.

Exemplos Práticos

  • Uso Seguro: formações sobre o correto uso de produtos fitofarmacêuticos para evitar o derramamento e contaminação acidentais.
  • Armazenamento Adequado: orientações sobre como armazenar produtos fitofarmacêuticos de forma segura para minimizar riscos de contaminação.

Mitigação de Riscos através da Formação

A formação é um componente central do TOPPS-Life. Ao longo dos anos, foram realizados numerosos cursos e workshops para ensinar agricultores sobre práticas agrícolas sustentáveis. Estas formações cobre uma ampla gama de tópicos, desde técnicas de pulverização eficiente até à gestão de resíduos de produtos fitofarmacêuticos.

Os benefícios da formação passam por:

  • Aumento da Consciência Ambiental: agricultores melhor informados sobre os impactos ambientais dos produtos fitofarmacêuticos.
  • Melhoria das Técnicas de Aplicação: adoção de técnicas de pulverização que reduzem a deriva e a contaminação do solo e da água.

Disseminação de Materiais Educativos

O sucesso do TOPPS-Life também pode ser atribuído à sua eficaz disseminação de materiais educativos. Estes materiais incluem publicações, folhetos, vídeos e uma galeria de fotografias, todos disponíveis em diversos idiomas dos estados-membros da ECPA (CropLife Europe). Em Portugal, a associação responsável é a CropLife Portugal (antiga ANIPLA), a Associação da Indústria da Ciência para a Proteção das Plantas.

Das ferramentas educativas destacam-se:

  • Publicações e Folhetos: guias detalhados sobre boas práticas agrícolas.
  • Vídeos Instrutivos: conteúdos audiovisuais que demonstram técnicas e práticas seguras.
  • Galeria de Fotografias: exemplos visuais de práticas corretas e incorretas.

Projetos Derivados e Sucessores

TOPPS-EOS

Lançado como uma extensão do projeto original, o TOPPS-EOS foca-se na avaliação de equipamentos de pulverização para mitigar os riscos ambientais. Este projeto analisa e recomenda melhorias nos equipamentos para garantir uma aplicação mais segura e eficiente dos produtos fitofarmacêuticos.

Neste projeto podemos considerar algumas contribuições como:

  • Avaliação Técnica: inspeção e avaliação de pulverizadores para garantir conformidade com as melhores práticas.
  • Recomendações de Melhoria: sugestões para otimizar o desempenho dos equipamentos e reduzir os riscos de contaminação.

TOPPS-Drift

Outro projeto subsequente, o TOPPS-Drift, visa compreender os fatores que influenciam a deriva de produtos fitofarmacêuticos e implementar medidas para a sua mitigação.

Das medidas implementadas podemos considerar:

  • Estudos de Campo: investigação sobre condições que afetam a deriva, como velocidade do vento e tipo de bico de pulverização.
  • Práticas de Mitigação: desenvolvimento de práticas que os agricultores podem adotar para minimizar a deriva, como o uso de barreiras vegetativas.

Step-Water

O Step-Water foca-se na avaliação dos recursos necessários para novos pulverizadores ou para a otimização dos existentes, visando a sustentabilidade e a segurança ambiental.

Algumas das avaliações realizadas:

  • Recursos de Pulverização: avaliação dos principais recursos e tecnologias disponíveis para melhorar a eficácia e segurança dos pulverizadores.
  • Sustentabilidade: análise do impacto ambiental e desenvolvimento de estratégias para reduzir a pegada ecológica dos equipamentos de pulverização.

Conclusão

O Projeto TOPPS-Life e os projetos sucessores desempenham um papel crucial na promoção de práticas agrícolas sustentáveis e na redução da poluição da água por produtos fitofarmacêuticos. Por meio de formação, disseminação de materiais educativos e avaliação de equipamentos, o projeto tem capacitado agricultores e técnicos agrícolas com conhecimentos e ferramentas essenciais para práticas mais seguras e eficientes. Este esforço contínuo é vital para garantir a sustentabilidade da agricultura e a proteção dos recursos hídricos, fundamentais para a vida e a produção agrícola.

A sustentabilidade na agricultura depende da adoção de práticas responsáveis e informadas. Assim, todos os agricultores e técnicos agrícolas podem explorar os recursos oferecidos pelo Projeto TOPPS-Life e implementar as boas práticas no seu dia-a-dia.

Guia prático para determinar o bico adequado para uma pulverização

Guia prático para determinar o bico adequado para uma pulverização

A eficácia na aplicação de produtos fitofarmacêuticos é um fator crucial para determinar o sucesso das operações agrícolas. Dada a sua importância, é fundamental conhecer cada detalhe, a fim de garantir que a aplicação seja feita de uma forma otimizada. Um dos elementos-chave para garantir essa eficácia é a determinação do débito do bico de pulverização, um aspecto muitas vezes negligenciado, mas que tem um impacto significativo sobre a eficácia geral do processo.

Neste guia, vamos explorar a importância deste processo em profundidade, discutir o seu papel e importância dentro do contexto mais aimplo das operações agrícolas. Além disso, vamos oferecer orientações práticas sobre como realizar esse procedimento de maneira eficaz, com dicas valiosas que foram comprovadas ao longo do tempo e através da experiência prática. O nosso objetivo é equipar os profissionais da área agrícola com o conhecimento necessário para realizar as suas operações de maneira eficaz e eficiente, maximizando a eficácia dos produtos fitofarmacêuticos utilizados.

A importância do débito do bico

Estabelecer o débito do bico é crucial para assegurar uma aplicação eficaz dos produtos fitofarmacêuticos. Para alcançar este objetivo, é imprescindível considerar diversos parâmetros tais como a velocidade de avanço, largura de trabalho ou distância entrelinhas, a cultura, forma da copa e o momento do desenvolvimento vegetativo, o equipamento disponível, o produto fitofarmacêutico a ser utilizado e as condições climatéricas.

Ao conhecer as condições de aplicação do produto fitofaramcêutico, conseguimos obter o volume de calda recomendado. Com base neste volume, e recorrendo à fórmula em baixo, podemos calcular o débito do bico de pulverização. Para esse efeito, devemos utilizar os valores de velocidade de avanço, largura de trabalho ou distância entrelinhas, que podemos obter das caraterísticas da cultura, do pulverizador ou da velocidade regularmente utilizada para tratamentos.

É importante salientar que o volume de calda não deve ser modificado pela velocidade de avanço ou pela pressão de trabalho, pois estas configurações pode afetar as características das gotas e prejudicar a deposição adequada do produto fitofarmacêutico no alvo, aumentando o risco de deriva.

É essencial garantir uma distribuição uniforme de gotas em toda a superfície do alvo (folhas e ou frutos expostos e não expostos à pulverização), especialmente para produtos fitofarmacêuticos com modo de ação por contacto. Por isso, é recomendável que o agricultor tenha para volumes de calda demasiado diferentes, conjuntos de bicos diferentes e valide que a deposição da calda no alvo é a pretendida através de ensaios com recurso aos papéis hidrossensíveis.

Manter esta abordagem em mente ao estabelecer o débito do bico não só aumenta a eficácia dos produtos fitofarmacêuticos aplicados, mas também contribui para melhores resultados no final da campanha.

Processo de determinação do débito do bico

Para calcular o débito do bico de maneira precisa, devemos utilizar uma das seguintes fórmulas. A fórmula da esquerda é a que devemos utilizar para culturas baixas e recorremos a pulverizadores equipados com barras horizontais. A fórmula da direita é a que devemos utilizar para culturas tridimensionais, como pomares e vinhas.

Onde:

C, corresponde ao volume de calda (L/ha), que pretende aplicar, num determinado tratamento;

v, corresponde à velocidade de avanço (km/h), que utiliza naquela parcela e cultura onde irá realizar o tratamento;

L, corresponde à distância entre bicos (metros), da barra horizontal do seu pulverizador, ou;

d, corresponde à distância entrelinha (metros), da cultura onde irá realizar o tratamento.

Escolha do bico adequado

Após determinar o débito do bico, é necessário selecionar o modelo apropriado. É importante considerar que os bicos que produzem gotas maiores são menos afetados pela deriva. Além disso, é recomendável dar preferência aos bicos que seguem as normas estabelecidas pela norma ISO 10625. Esta norma garante um padrão no débito associado a cada cor de bico, e a cada cor está associado um código, facilitando a escolha e evitando confusões.

Exemplo prático de barras horizontais

Vamos supor que está a preparar uma parcela para uma sementeira de trigo. Para garantir uma aplicação eficaz do herbicida que vai selecionar, é essencial determinar o débito do bico de pulverização. Para esse efeito, vamos utilizar os seguintes dados para calcular o débito do bico:

  • Volume de calda desejado: 100 L/ha
  • Velocidade de avanço: 7 km/h
  • Largura da barra: 21 metros
  • Número total de bicos da barra horizontal: 42
  • Distância entre bicos: 0,5 metros (ou 50 cm).
  1. Primeiro, calculamos o débito do pulverizador utilizando a fórmula fornecida em cima.
  2. Substituindo os valores, vamos obter o débito que necessitamos para realizar este tratamento, que para o efeito é de 0,58 L/min.
  3. A seleção do bico adequado: Com o débito do bico calculado, consultamos as tabelas de débito dos fabricantes de bicos para selecionar o bico apropriado. É importante escolher um bico que produza gotas mais grossas para reduzir a deriva do herbicida. Opte por uma cor de bico e pressão que forneça um débito próximo do valor calculado, garantindo uma aplicação precisa e eficaz do herbicida.

Exemplo prático de culturas tridimensionais

Vamos supor que irá realizar um tratamento na sua vinha com um fungicida. Para esse efeito, necessitamos dos seguintes dados para calcular o débito do bico:

  • Volume de calda desejado: 300 L/ha
  • Velocidade de avanço: 6 km/h
  • Número total de bicos ativos: 6 (3 bicos de cada lado)
  • Distância entrelinha: 3 metros.
  1. Primeiro, calculamos o débito do pulverizador utilizando a fórmula fornecida em cima.
  2. Substituindo os valores, vamos obter o débito do pulverizador que é 9 L/min. Depois necessitamos de dividir esse valor pelo número total de bicos ativos do pulverizador (bicos que irão emitir calda).
  3. Considerando que pretendemos ter 3 bicos por cada lado (por ser suficiente para tratar toda a copa da vinha). E também por pretendermos ter o mesmo débito para todos os bicos.
  4. Vamos dividir o débito do pulverizador, pelo número de bicos ativos, que nos irá dar 1,5 L/min.
  5. A seleção do bico adequado: Com o débito do bico calculado, consultamos as tabelas de débito dos fabricantes de bicos para selecionar o bico apropriado. Vamos selecionar pressões inferiores a 15 bar, para evitar deriva. Opte por uma cor de bico e pressão que forneça um débito próximo do valor calculado, garantindo uma aplicação precisa e eficaz do fungicida.

Conclusão

Ao determinar o débito do bico de forma precisa, os agricultores e técnicos agrícolas maximizam a eficácia da aplicação de produtos fitofarmacêuticos. Isto irá permitir resultados superiores nas atividades agrícolas, garantindo uma proteção eficaz das culturas e optimizando o uso de fatores de produção.

Em resumo, a escolha do bico adequado é um aspeto fundamental da aplicação de produtos fitofarmacêuticos. Ao seguir os passos descritos neste guia e recorrendo a ferramentas disponíveis, os profissionais da área agrícola podem garantir uma aplicação precisa e eficaz, contribuindo para o sucesso das operações agrícolas e a sustentabilidade do setor.

A importância do cálculo da velocidade de avanço na pulverização

A importância do cálculo da velocidade de avanço na pulverização

Na agricultura moderna, o uso preciso de produtos fitofarmacêuticos é vital para proteger as culturas e otimizar os recursos. Isso requer precisão e conhecimento técnico, principalmente no cálculo da velocidade de avanço durante a pulverização.

O uso correto da velocidade de avanço permite uma aplicação mais eficaz dos produtos fitofarmacêuticos, evitando o uso excessivo ou o insuficiente, que pode causar danos às culturas ou gastos desnecessários.

Neste artigo, vamos explorar a importância deste cálculo, daremos uma visão detalhada de como realizá-lo e orientações práticas para uma aplicação eficaz. Com conhecimento e prática, os agricultores podem otimizar recursos, proteger as culturas e maximizar a produtividade e rentabilidade.

Validar a velocidade de avanço

Embora muitos tratores modernos possuam velocímetros integrados e outros equipamentos eletrónicos para monitorizar a velocidade, é essencial validar este parâmetro antes de iniciar a operação da pulverização. Fatores como o terreno irregular, a inclinação do solo e a pressão dos pneus podem afetar a velocidade real do trator durante a operação, tornando crucial a verificação manual deste parâmetro.

Além disso, é importante lembrar que até os equipamentos eletrónicos podem falhar ou ter configurações incorretas, resultando em leituras imprecisas da velocidade. Portanto, a validação manual desta medida é recomendada para garantir a precisão de todos os equipamentos no trator ou pulverizador.

Qualquer erro na determinação da velocidade de avanço do trator pode afetar a precisão desse valor e os cálculos subsequentes do volume de calda e da dose do produto fitofarmacêutico. Isso pode comprometer a eficácia da aplicação do pesticida, ameaçando a proteção da cultura e a sua produção.

CEO, DATERRA

Exemplo Prático

Suponhamos que iria realizar uma pulverização para a cultura do milho. Após medir a distância que irá percorrer (por exemplo, 100 metros), poderia determinar o tempo necessário para percorrer essa distância. Digamos que o tempo seria 52 segundos, nas condições reais de trabalho.

Usando a fórmula e substituindo os valores, pode calcular a velocidade de avanço como sendo 6,92 km/h.

A velocidade e a eficiência dos tratamentos

É importante ter em consideração o impacto que a velocidade tem na eficácia dos tratamentos com pesticidas. Alterações na velocidade podem comprometer a capacidade da calda entrar na copa das plantas, reduzindo a eficácia, especialmente em culturas densas.

Por outro lado, uma velocidade muito baixa pode prolongar a janela de oportunidade para a realização dos tratamentos, tornando difícil a realização de todas as aplicações necessárias, no momento oportuno. As velocidades mais elevadas, combinadas com ventos fortes podem aumentar a deriva, diminuindo drasticamente a deposição da calda nas plantas.

Conclusão

Em suma, a importância de calcular com precisão a velocidade de avanço durante a pulverização não pode ser subestimada, pois desempenha um papel crucial na garantia de uma aplicação eficaz dos produtos fitofarmacêuticos. Esta prática é vital não apenas para a saúde das culturas, mas também para a eficiência global das aplicações de pesticidas. Ao evitar erros nos cálculos e confirmar a velocidade real do trator antes de iniciar a operação, os agricultores têm a capacidade de proteger as suas culturas de forma mais eficiente, maximizando o sucesso e a produtividade das suas operações agrícolas.

Além disso, a validação manual da velocidade de avanço é altamente recomendada, mesmo em tratores equipados com dispositivos eletrónicos de controlo. Esta etapa adicional garante que a precisão dos cálculos não é comprometida e que a correta aplicação dos produtos fitofarmacêuticos é realizada. Ao seguir estas práticas, os agricultores podem ter confiança nas suas tarefas de pulverização e garantir a saúde e o vigor das suas culturas.

A ferramenta é gratuita. No entanto, ao mencioná-la, cite a fonte que está disponível em baixo.

Fonte: Nunes, P. (2022). A importância do cálculo da velocidade de avanço na pulverização. Disponível em: <https://daterra.com.pt/….html>. Acesso em: [colocar a data do seu acesso].

Calculadora Velocidade de Avanço

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